Que tal iniciarmos este assunto lendo o significado de sucessão no dicionário? Veja:
Su.ces.são (substantivo)
1. Ato ou efeito de suceder (-se); sucedimento
2. Sequência, série de pessoas, de fatos ou de coisas que se sucedem sem interrupção ou com pequeno intervalo
Agora que já sabe bem o significado, vamos associá-lo à Ecologia...
A sucessão ecológica representa uma "sequência de fatos", de mudanças na composição e estrutura de uma comunidade, de um ecossistema, provocando alterações no ambiente físico pela atividade dos seres vivos, até atingir o clímax. Comunidades simples, ao longo do tempo, são substituídas por comunidades com maior grau de complexidade.
Como vimos anteriormente, a sucessão acontece em etapas/fases, veja quais:
ECESE: comunidade inicial/pioneira, os primeiros organismos que se instalam no ambiente. Exemplos: gramíneas, líquens e insetos.
SERAL: comunidade intermediária, com vegetação de pequeno porte, herbáceas e arbustivas.
CLÍMAX:a última fase, quando a comunidade atinge o equilíbrio com o meio: notado pela riqueza de espécies, variedade de nichos ecológicos e, consequentemente, maior quantidade de biomassa.
Sucessão ecológica ao longo do tempo.
A sucessão também pode ser classificada de acordo com os fatores que motivam as mudanças:
SUCESSÃO AUTOGÊNICA: processos biológicos internos, próprios do ecossistema, provocam as mudanças.
SUCESSÃO ALOGÊNICA: forças externas ao ecossistema ocasionam as mudanças. Exemplos: queimadas, desmatamento, erosão...
Após conhecer as fases e as possíveis causas da sucessão, lhe mostrarei os tipos de sucessão, que são classificados a partir do tipo de substrato que ocorrem:
TIPOS DE SUCESSÃO
SUCESSÃO PRIMÁRIA
Acontece em ambientes que nunca haviam sido ocupados por organismos. Exemplos: lavas solidificadas, algumas rochas...
As primeiras espécies que se instalam são denominadas de pioneiras! Com adaptações que as permitem se estabelecer em locais com poucos recursos e sujeitas às variações das condições ambientais. Ao se desenvolverem no ambiente, o tornam mais viável para o desenvolvimento de outras espécies, as condições originais do ambiente se modificam. Isso define a fase da sucessão ecese (vimos anteriormente), que possui como representantes os líquens, gramíneas e os insetos. Essa fase de preparação é essencial para que a próxima fase se desenvolva. Um efeito da vegetação pioneira, por exemplo, é contribuir com a estabilização do solo e permitir maior controle da temperatura. É relevante ressaltar que a sucessão primária não acontece rapidamente, é um processo lento.
SUCESSÃO SECUNDÁRIA
Diferentemente da sucessão primária, acontece em ambientes que já foram ocupados por seres vivos, dessa forma, as condições para o estabelecimento dos organismos são melhores e a sucessão ocorre mais rapidamente que na sucessão primária. Uma razão para ser um ambiente mais favorável pode ser explicada pelo fato de alguns organismos vegetais e animais ainda estarem no substrato, atuando sobre ele e promovendo um ambiente mais propício para a ocupação futura por outros seres vivos.
Sucessão primária, secundária e comunidade clímax.
Os elementos químicos realizam uma verdadeira "viagem" pelos ecossistemas, assumindo formas diferenciadas e sendo incorporados tanto por seres vivos quanto por fatores sem vida (conhecidos como fatores abióticos).
Por conseguinte, essa "viagem" dos elementos químicos pelo ambiente, ou seja, sua reciclagem, caracteriza os CICLOS BIOGEOQUÍMICOS OU CICLOS DA MATÉRIA. Que você conhecerá mais ao longo deste biotexto.
Os elementos químicos que circulam na natureza são oriundos de fontes/reservatórios, como exemplos: a atmosfera e a crosta terrestre. De acordo com a natureza dos reservatórios abióticos dos elementos químicos, os ciclos bioquímicos podem ser classificados em:
CICLO GASOSO: o reservatório é a atmosfera. Exemplos: ciclo do oxigênio e do nitrogênio.
CICLO SEDIMENTAR: O reservatório é a crosta terrestre. Exemplos: ciclo da água e do fósforo.
Agora, veja os principais ciclos:
Ciclo do carbono (C)
Ciclo do oxigênio (O)
Ciclo da água (H2O)
Ciclo do nitrogênio (N)
Ciclo do Fósforo (P)
Fonte: @vestmapamental - Ciclos Biogeoquímicos
Sendo assim, te convido a conhecer o
CICLO DO CARBONO
O carbono (C) é um dos elementos mais abundantes do nosso planeta, sendo constituinte das moléculas orgânicas. Na atmosfeta está presente na forma de dióxido de carbono (CO2), conhecido popularmente como gás carbônico. Esse composto é liberado na atmosfera de várias maneiras: pelos processos de respiração, decomposição e combustão da matéria orgânica. Por outro lado, a retirada do CO2 da atmosfera acontece via fotossíntese, quando os seres autótrofos captam o gás através de estruturas presentes nas folhas das plantas, chamadas de estômatos.
Estômatos: responsáveis por troca de água e gás com o ambiente.
Durante a fotossíntese, o CO2 e a água (H2O), na presença de luz e pela ação da clorofila, produzem moléculas de glicose (C6H12O6), o alimento da planta! Além disso, ocorre a liberação de O2.
Observe a reação de fotossíntese a seguir:
Reação da fotossíntese
Dessa maneira, o carbono, que estava na sua forma inorgânica, assume a forma orgânica! Pois passa a fazer parte da matéria vegetal. E detalhe importante: já teve questão do ENEM sobre isso, é um dos assuntos com maior chance de aparecer novamente. :)
ENEM 2016 - Resposta: letra A - Fitoplâncton (realizam fotossíntese)
CICLO DO OXIGÊNIO
O oxigênio é um elemento que compõe várias moléculas, a exemplo do dióxido de carbono (CO2) e da água (H2O). Esse elemento está presente na forma de gás na atmosfera, em uma concentração de aproximadamente 20,9%. As plantas e algas, por meio da fotossíntese, liberam este gás na atmosfera, que por sua vez, é utilizado pelos seres vivos durante o processo de respiração, ocorrendo a liberação de CO2, reiniciando o ciclo. Observe:
Ciclo do Oxigênio.
CICLO DA ÁGUA
A água (H2O) no estado líquido constitui 70% da superfície da Terra. Em que sua maior parte corresponde à água salgada dos oceanos. Outra porção, está presente no estado sólido, nas geleiras e no alto de montanhas; além das águas continentais presentes nos rios, lagos e reservatórios subterrâneos.
É essencial para a existência de vida, utilizada nas diversas reações químicas do metabolismo.
Seu ciclo é influenciado pelos processos de transpiração e evapotranspiração e se divide da seguinte forma:
Curto: a água presente nos oceanos, rios, lagos... evapora e volta para a superfície como chuva ou neve.
Longo: a água passa pelo corpo dos organismos antes de voltar para o ambiente, seja através da evapotranspiração - evaporação e transpiração, ou por meio da decomposição e eliminação de fezes e urina.
Etapas do ciclo da água.
CICLO DO NITROGÊNIO
O nitrogênio (N) é o elemento presente em maior concentração na atmosfera (cerca de 78%), na forma N2, é de substancial importância por fazer parte da estrutura dos ácidos nucléicos, dos aminoácidos e das proteínas.
Apenas alguns microorganismos conseguem captar a forma gasosa do nitrogênio da atmosfera e participar das reações químicas que transformam o nitrogênio em formas viáveis de serem absorvidas pelos seres vivos: íons amônio NH4+ e íons nitrato NO3-.
Sendo assim, o ciclo do nitrogênio é dividido nas seguintes etapas:
1 - FIXAÇÃO DO NITROGÊNIO
Ocorre através da biofixação/assimilação do nitrogênio por meio de microorganismos, veja quais nas imagens a seguir:
Cianobactéria Anabaena
Cianobactéria Nostoc
Bactéria Azotobacter
Bactéria Clostridium pausterianum
Rhizobium leguminonarum
Rhizobium
Anabaena e Nostoc são cianobactérias e a Azotobacter, Clostidium e Rhizobium são bactérias que vivem nas raízes de leguminosas. Estes microorganismos fixam o nitrogênio da atmosfera e convertem em formas químicas assimiláveis pelos seres vivos: amônio, nitrato e, ainda ocorre a reação do N2 com o hidrogênio formando a amônia.
2 - AMONIFICAÇÃO
A amônia é obtida pela ação de biofixadores e através do processo de decomposição da matéria orgânica e de compostos nitrogenados: ácidos nucléicos, proteínas...
3 - NITRIFICAÇÃO
É a reação em que ocorre transformação da amônia em NITRATO;
Através de 2 etapas, observe:
- Nitrosação: bacérias nitrificantes - Nitrosomonas, Nitrosococcus, Nitrosolobus - autótrofofas quimiossintetizantes, necessitam da energia da nitrificação para produção de matéria orgânica.
Nitrosomonas europaea
Para isso, convertem a AMÔNIA (NH3) EM NITRITO (NO-2). Observe este processo na reação a seguir:
Conversão da amônia em nitrito com liberação de energia.
- Nitratação: Bactérias autótrofas quimiossintetizantes nítricas (Nitrobacter) oxidam o nitrito NO-2 liberado no solo pela etapa anterior, convertendo-o em nitrato NO-3. Observe abaixo, um exemplo de nitrobacter, e logo mais, a reação química de nitração:
Nitrobacter sp.
Conversão de nitrito em nitrato.
O nitrato pode ser absorvido pelos vegetais e utilizado na síntese de
ácidos nucléicos e proteínas. Sendo liberado pelos organismos por meio
da excreção de compostos nitrogenados (uréia e ácido úrico) e a
decomposição da matéria orgânica pelos decompositores (fungos e
bactérias), em que amônia é produzida atavés das proteínas decompostas.
4 - DESNITRIFICAÇÃO
As bactérias desnitrificantes - Pseudomonas denitrificans - degradam de forma anaeróbica os compostos nitrogenados, usam o nitrato para o processo de oxidação, em que oxidam os compostos orgânicos e produzem energia e gás, reiniciando o ciclo.
Resumo das reações
Diferentes etapas responsáveis pelo ciclo do nitrogênio
Processos e bactérias participantes.
CICLO DO FÓSFORO
O fósforo também é um elemento essencial para os seres vivos, por fazer parte da composição de moléculas de RNA e DNA.
No ambiente, é encontrado somente em estado sólido, nas rochas. Por meio do processo de degradação das rochas, o fósforo entra em contato com a água e o solo, dessa, forma as plantas conseguem absorver o fósforo dissolvido. E os animais, por sua vez, obtêm o elemento ao ingerirem as plantas.
Através do processo de decomposição, a matéria orgânica é degradada e o fósforo é devolvido ao ambiente. Em que pode ser aproveitado pelas plantas ou incorporar novamente nas rochas, que ao sofrerem erosão, liberam o fósforo no ambiente e reiniciam o ciclo.
Dessa forma, o ciclo do fósforo pode ser classificado segundo escalas de tempo:
Ciclo de tempo ecológico (tempo curto): parte dos átomos de fósforo é reciclada por plantas, animais, solo e decompositores.
Ciclo de tempo geológico (tempo longo): outra parte dos átomos de fósforo se sedimenta e incorporar nas rochas.
A palavra Ecologia origina-se da união dos termos gregos "oikos" - casa e "logos" - estudo.
É área da Biologia que estuda as interações dos seres vivos entre si e com o ambiente em que vivem.
A Ecologia ultrapassa os limites biológicos, está fortemente relacionada com aspectos sociais e econômicos, fato que origina inúmeros debates sobre como a humanidade vem usufruindo dos recursos naturais ao longo da História. Inclusive, essa dimensão eco social é bastante debatida nos vestibulares, a exemplo do ENEM.
Compreender Ecologia é substancial não apenas como preparação para provas, mas para desenvolvermos senso crítico sobre a forma que estamos tratando questões ambientais.
Estamos tendo a devida cautela?
Compreendemos a realidade ecológica que nos cerca? Por que é necessário compreendê-la?
O eco social
Após esse momento de reflexão, quero lhe apresentar alguns conceitos importantes sobre Ecologia, conhecimentos que servem como base para se entender a dinâmica de outros ecoprocessos.
Lá vamos nós ;)
Iniciarei com a denominação dada aos seres vivos! Todas as formas que possuem VIDA são chamadas de FATORES BIÓTICOS, os exemplos são inúmeros: plantas, animais, bactérias...
Os seres vivos - fatores bióticos
Por outro lado, existem os FATORES ABIÓTICOS, os que não têm vida porém são essenciais para a existência dos seres vivos, pois eles fornecem as condições para que a vida seja possível. Exemplos são: ar, água, luz, salinidade, pH, clima...
Fatores abióticos
Outro conceito importante refere-se ao HABITAT, que de cara é possível relacionar com "habitação", justamente o lugar geográfico que os seres vivos ocupam!
Há uma conceito que está relacionado com o habitat e representa a função dos organismos no ecossistema, o conceito de NICHO.
O nicho que o ser vivo ocupa relaciona-se com o seu estilo de vida no ambiente, por exemplo: hábitos alimentares, formas de reprodução, estratégias de defesa, competição por recursos, etc. Ou seja, as condições que garantem a sua existência. O nicho pode ser classificado como:
Fundamental: conjunto de recursos e condições que possibilitam a existência e reprodução de uma espécie, na ausência de competidores. É o nicho potencial, que a espécie "poderia" ocupar!
Realizado: aquele que a espécie de fato ocupa, pois considera as espécies competidoras e predadoras, que influenciam o seu modo de vida.
Ao se compreender o nicho, é possível entender a dinâmica de distribuição das espécies, quais fatores e ambientes são mais adequados para sua sobrevivência. Informações muito importantes para estudos/pesquisas sobre Ecologia.
Veja o mapa mental a seguir:
Mapa mental sobre nicho ecológico
Dica para não confundir habitat com nicho! De acordo com o conhecido ecólogo Odum, o habitat pode ser definido como o endereço do organismo e o seu nicho é como se fosse sua profissão! Ficou mais evidente agora?
Os livros do Odum são clássicos no curso de Biologia
Continuando...
Riqueza de espécies e abundância são conceitos que também podem confundir, pois estão muito relacionados!
Veja:
ABUNDÂNCIA: número de organismos de uma determinada espécie em uma área específica do ecossistema.
RIQUEZA DE ESPÉCIES: variedade de espécies existentes em uma área específica do ecossistema.
Enquanto a abundância se refere apenas à quantidade de indivíduos de uma espécie, a riquezas ecológica leva em conta o número de espécies presentes em uma determinada área! Observe a tabela:
Qual a riqueza de espécies representada na tabela?
R: 7, porque há 7 espécies diferentes.
Qual espécie é mais abundante?
R: A espécie 6, porque há 45 indivíduos dessa espécie.
Qual a espécie com a menor abundância?
R: A espécie 3, pois apresenta apenas 8 representantes.
Conseguiu entender? :)
Também é necessário conhecer com os diferentes níveis de agrupamento dos organismos no ambiente, alvos de estudo da Ecologia. Veja:
ORGANISMO - ESPÉCIE - POPULAÇÃO - COMUNIDADE - ECOSSISTEMA - BIOSFERA
Definição de espécie, população e comunidade.
Do átomo a biosfera
Resumindo:
Espécie: conjunto de organismos semelhantes entre si morfo e fisiologicamente, capazes de se reproduzir e gerar descendentes férteis.
População: agrupamento de indivíduos da mesma espécie, que ocupam o mesmo espaço geográfico e período de tempo.
Comunidade: conjunto de diferentes populações que ocupam o mesmo espaço, no mesmo período de tempo e as relações estabelecidas entre si.
Ecossistema: interação das comunidades entre si e com os fatores abióticos.
Biosfera: todos os ecossistemas do planeta.
Para concluir, é importante também sabermos diferenciar o conceito de PRESERVAÇÃO e CONSERVAÇÃO.
A preservação é mais "radical" e representa a ação de não modificar a natureza, mantê-la intocada!
Por outro lado, a conservação é uso da natureza de forma sustentável!
Veja bem, não são a mesma coisa. São situações diferentes. Conseguiu entender?
São diversos os conceitos importantes em Ecologia! Esses são alguns dos principais, espero ter lhe ajudado com essa breve introdução sobre essa área fascinante de estudo, até a próxima. ;)
Tópicos abordados:
1. Introdução
2. Fatores bióticos e abióticos
3. Habitat
4. Nicho: fundamental e realizado
5. Abundância e riqueza de espécies
6. Grupos ecológicos: organismo, espécie, população, comunidade, ecossistema, biosfera.
É notório o quanto o nosso país é diverso tanto em questões culturais quanto ecológicas. O Brasil apresenta uma grande variedade de espécies sujeitas à diversas condições abióticas e bióticas ao longo do seu espaço geográfico, dessa forma, tem-se o conceito de BIOMA como:
Grandes espaços geográficos que contêm ecossistemas ou comunidades com determinado grau de homogeneidade (similaridade) em suas características climáticas, biológicas, geológicas....
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil apresenta 6 biomas continentais, além dos de ambiente aquático. Veja as imagens a seguir:
Os 6 biomas terrestres brasileiros
Mapa do Brasil e seus biomas
Sabendo dessas informações, lhe mostrarei os tipos de biomas e as características que os definem! Atente-se para as diferenças existentes entre cada um, apesar de estarem ligados, apresentam aspectos que os diferenciam dos demais.
BIOMAS TERRESTRES/CONTINENTAIS BRASILEIROS
AMAZÔNIA
É o maior bioma do Brasil, ocupa grande parte do território nacional e apresenta a maior biodiversidade do mundo. Isso explica a fama internacional da Amazônia! Seu clima é quente e úmido, e a sua vegetação é densa, com predominância de árvores de grande porte. Em relação a sua dimensão geográfica, abrange os seguintes estados: Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia (parte), Tocantins, Maranhão e Mato Grosso.
Floresta Amazônica
Abrangência da Amazônia Legal
CERRADO
É o segundo maior bioma brasileiro! Seu clima é tropical sazonal - períodos chuvosos e secos, e a sua vegetação é, em grande parte, de pequeno porte, formada por gramíneas, arbustos e árvores de troncos retorcidos.
Se estende pelos estados do Maranhão, Tocatins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais...
Veja com atenção a imagem a seguir, note o aspecto da vegetação:
Vegetação característica do cerrado
CAATINGA
A caatinga é outro bioma bastante famoso e diferenciado em relação aos outros. Seu clima é semi-árido e a sua vegetação é composta por plantas de médio porte, com galhos retorcidos e com folhas adaptadas ao clima seco (algumas em forma de espinhos), a exemplo dos cactos.
Abrange grande parte da região nordeste do Brasil: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e partes do Maranhão de de Minas Gerais.
Vegetação característica de caatinga
MATA ATLÂNTICA
Apresenta uma floresta fechada e densa, constituída por árvores de médio e grande porte, seu clima é tropical úmido com temperaturas e índices pluviométricos elevados.
A mata atlântica ocupa a região litorânea brasileira, se estendendo pelos seguintes estados: Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná e pequena parte dos outros estados.
Vegetação característica de Mata Atlântica
PANTANAL
Já foi até inspiração de novela! rs
Se não lembra, consulte um noveleiro rs
O nome pantanal faz referência aos pântanos - áreas alagadas! Com certeza, sua característica mais conhecida. Sua vegetação é formada por gramíneas, plantas rasteiras, arbustos e árvores de pequeno porte. Seu clima é tropical continental, com elevados índice pluviométrico e temperatura, o verão é marcado por chuvas e o inverno pelo clima seco.
Abrange apenas os estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, sendo por isso considerado o bioma de menor abrangência.
Pantanal
Pra você colocar como proteção de tela do PC rs
PAMPAS
Por que será que a maioria dos gaúchos gostam tanto de churrasco?
O bioma pampas apresentar amplas áreas de pastagens, permitindo a criação de grandes rebanhos.
Gramíneas, arbustos e árvores de pequeno porte constituem a sua vegetação! Seu clima é subtropical, com as 4 estações bem definidas.
É o único bioma do Brasil que ocupa apenas um estado: o Rio Grande do Sul (ocupa mais da metade desse estado).
Vegetação de pampas e seu rebanho
BIOMAS AQUÁTICOS
O Brasil também é diverso em biomas aquáticos! Apresenta uma ampla área costeira, observe a faixa em azul claro na imagem a seguir:
Biomas terrestres e aquáticos brasileiros - IBGE
Devido a sua vasta extensão e importância ecológica, econômica e social, também precisam de cuidados e medidas de conservação!
Os biomas aquáticos correspondem aos de
Água doce: igarapés, rios, lagos, reservatórios subterrâneos...
Igarapé de Ourém - PA
Lago das Araras - MT
Rio São Francisco
Água salgada: mares e oceanos (cerca de 70%)
Praia do Espelho - BA
Praia Maracajaú - RN
Além de conhecer os conceitos acerca dos biomas, é importante refletir sobre os cuidados que precisamos ter com a nossa biodiversidade! Infelizmente, ações antrópicas como o desmatamento, queimadas, poluição... vêm afetando o equilíbrio ecológico dos biomas.
Como agir perante essa realidade?
O que podemos fazer?
É essencial que todos nos posicionemos em busca de medidas de conservação e desenvolvimento sustentável.
Como já sabemos, a Ecologia baseia-se em interações, organismos interagem das mais variadas maneiras, tudo em busca da garantia de sobrevivência. São inúmeros os motivos que promovem estas relações, alimentação e reprodução são alguns dos principais!
Então lá vamos nós :)
Pra iniciar é importante entender que as interações podem ocorrer entre indivíduos da mesma espécie(INTRAESPECÍFICAS) e entre indivíduos de espécies diferentes(INTERESPECÍFICAS).
Dica:Intra - dentro da mesma espécie; Inter - entre espécies.
Outro aspecto importante a se atentar:
A relação é benéfica para ambos os envolvidos? (++)
Ou é benéfica para um e negativa para o outro? (+ -)
Aaaah também pode ser vantajosa pra um e não prejudicar o outro? (+ 0)
Respondendo as perguntas: a interação pode sim ser vantajosa para todos os seres vivos envolvidos, é chamada de relação HARMÔNICA. Assim como pode ser vantajosa para um e não afetar o outro, o essencial é que ninguém saia prejudicado!
Porém, quando pelo menos um dos indivíduos é prejudicado, tem-se uma relação DESARMÔNICA!
Agora que já conhece estes detalhes, lhe mostrarei alguns tipos de interações. Vamos iniciar com as
RELAÇÕES HARMÔNICAS INTRAESPECÍFICAS
Traduzindo rs: relações entre indivíduos da mesma espécie, em que ninguém sai prejudicado! As outras você que traduzirá! ;)
COLÔNIAS
Vários indivíduos da mesma espécie unidos fisicamente;
Trabalham cooperativamente em busca de condições adequadas para sobrevivência e sucesso reprodutivo;
Podem ser super especializados e executar funções diferenciadas ou ter um grau de especialização menor;
Podem ser classificadas em isomorfas ou heteromorfas (depende da morfologia dos indivíduos que a constituem).
Colônia isomorfa
Composta por indivíduos com morfologia e função parecidas, desta forma, o grau de especialização (diferenças entre os organismos) é menor. Veja um exemplo a seguir:
Colônia de corais
No caso dos recifes (conjuntos) de corais, cada coral é formado por pólipos que secretam calcário - carbonato de cálcio, usado na constituição do exoesqueleto rígido que os protegem.
Pólipos - constituintes do coral
Colônia heteromorfa
Diferentemente da colônia isomorfa, a heteromorfa é bem especializada! Pois é uma colônia que apresenta tipos de pólipos/zooides com morfologia e funções variadas. Um exemplo é a caravela-portuguesa/Physalia physalis. Representante do filo Cnidaria.
Possui 4 tipos de pólipos! Cada um desempenha uma função: alimentação, locomoção, reprodução e defesa.
Caravela-portuguesa e seus pólipos constituintes
Pneumatóforo: com gás, auxilia na flutuação.
Gonozoóide: reprodutor
Gastrozoides: digestivos
Dactilozoóide: defesa e captura de presas
SOCIEDADE
Composta por organismos da mesma espécie que cooperam entre si;
Estão relacionados hierarquicamente, apresentam divisão de tarefas;
Separados fisicamente, podem viver isolados;
Podem ser classificados em: sociedades isomorfas e heteromorfas (de acordo com a sua forma e a função que exercem na colônia).
Sociedade isomorfa/irregular
Os componentes não apresentam diferenças morfológicas significativas e a divisão de tarefas não é bem definida, os componentes podem executar qualquer papel.
Exemplos são: a espécie
humana, as manadas de
herbívoros, os cardumes de peixes...
Somos uma sociedade isomorfa/irregular ;)
Cardume
Sociedades heteromorfas/regulares
Formada por indivíduos da mesma espécie, diferentes morfologicamente e que exercem funções diferentes. A sociedade é caracterizada por uma forte hierarquia e divisão de tarefas.
Nesse caso, é comum ocorrer divisões em castas, como acontece com os cupins, abelhas e formigas.
A imagem abaixo diferencia as abelhas de uma sociedade. Além das diferenças de função, atente-se às diferenças morfológicas:
Divisão de função em uma sociedade de abelhas
Observe nesta outra imagem, ela mostra o ciclo de vida dos cupins e as suas diferenças morfológicas e de função:
Ciclo de vida dos cupins
Tudo certo até aqui? Vumbora continuar :)
RELAÇÕES DESARMÔNICAS INTRAESPECÍFICAS
São relações entre indivíduos da mesma espécie em que algum deles é prejudicado!
CANIBALISMO
Relação desarmônica em que indivíduos matam outros da mesma espécie para se alimentar deles. É um ato comum entre espécies de aracnídeos como aranhas e escorpiões, e em insetos como o louva-a-deus, em que as fêmeas matam e devoram os machos durante o acasalmento. Em outras espécies este comportamento é menos comum, ocorrendo em casos extremos ou ritualísticos, a exemplo de algumas tribos da espécie humana.
Fêmea de louva-a-deus: não se engane com o rostinho fofo '-'
De acordo com alguns pesquisadores da USP, há algumas hipóteses para
esse tipo de canibalismo, chamado de sexual: a possibilidade das fêmeas
se alimentarem dos machos para obter uma fonte extra de energia para
seus ovos fecundados e, no caso da fêmea de louva-a-deus, que come a
cabeça do macho durante a cópula, existe a possibilidade desse ato
aumentar a quantidade de espermatozóides liberados. Bem interessante
né?! Não é à toa que foi matéria da revista Super Interessante (é só clicar que terá acesso ao conteúdo na íntegra).
COMPETIÇÃOINTRAESPECÍFICA
Acontece entre indivíduos da mesma espécie, estes competem por reprodução e recursos (água, alimento, território...) em prol de sua sobrevivência. A competição pode controlar o tamanho de uma população!
Geralmente, têm mais vantagem na competição os indivíduos mais adaptados ao meio, os menos adaptados acabam morrendo por falta de recursos.
A seguir, exemplos de competição por território (territorialidade) e por parceiro reprodutivo:
Lobos competindo por território - não é só humanos que brigam por terreno rs
Comportamento de corte - Pavão macho "se exibindo" (sim, geralmente aves macho conquistam a fêmea pela sua aparência).
RELAÇÃO HARMÔNICA INTERESPECÍFICA
Agora você verá interações entre indivíduos de espécies diferentes que não causam prejuízos a nenhum organismo envolvido!
MUTUALISMO OBRIGATÓRIO/SIMBIOSE
Ocorre uma associação entre indivíduos de espécies diferentes que é OBRIGATÓRIA para a existência, ambos são beneficiados.
Vamos aos exemplos:
Tronco de árvore com líquens
Essas "escamas" no tronco da árvore da imagem anterior se refere aos líquens, que são associações entre algas/fotobionte (realizam a fotossíntese e, dessa forma, fornecem substâncias orgânicas aos fungos) e fungos/micobionte (proporcionam umidade para as algas, impedindo que elas ressequem).
Veja outro exemplo:
No sistema digestório do boi, especificamente na pança, existem bactérias que ajudam na disgestão dos vegetais ingeridos em troca de nutrientes.
Algo parecido acontece com os cupins, veja:
A triconinfa é um protozoário que vive no intestino dos cupins que ajuda na digestão da celulose.
PROTOCOOPERAÇÃO
Relação entre organismos de espécies diferentes em que todos são beneficiados.
É muito parecida com o mutualismo, diferenciando-se apenas pelo fato de não haver uma dependência anatômica entre os organismos, eles podem se separar a qualquer momento!
Atenção aos exemplos:
Crustáceo paguro eremita em uma concha com uma anêmona fixada.
Esse caranquejo tem o hábito de usar uma concha de caramujo vazia para se proteger, só que na maioria das vezes, uma anêmona do mar vem fixada sobre ela. O crustáceo ao se locomover, ajuda a anêmona fixada na concha a obter mais alimento, e esta, por apresentar susbtâncias urticantes, ajuda na defesa do eremita contra predadores.
Veja mais um exemplo:
Pássaro palito e crocodilo
No exemplo anterior, o pássaro palito consegue alimento e o crocodilo fica livre de parasitas na boca. Por isso que o "apelido" deste pássaro é palito. rs
Por essa a Gina Indelicada não esperava...
INQUILINISMO
Quando um dos indivíduos utiliza o outro como hospedeiro temporário, sem prejudicá-lo. Se diferencia do comensalismo por não conceder alimentos ao inquilino. Olhe os exemplos a seguir:
O vídeo acima é sobre o peixe agulha que pertence ao gênero Fierasfer, ele tem o corpo muito fino e alongado, como forma de defesa contra predadores, costuma se esconder no interior do equinodermo pepino-do-mar, sem afetá-lo.
Veja este outro exemplo:
Orquídeas que crescem no tronco de ávores
As orquídeas e bromélias são chamadas de epífitas, que significa "sobre planta". vivem em cima de árvores sem causar prejuízos, sem retirar nutrientes delas!
Então qual a vantagem de viver em árvores?
Ter mais acesso a luminosidade para realizar a fotossíntese!
As epífitas são plantas de pequeno porte, então se fixar em cima de árvores é uma grande vantagem para a captação de luz solar.
COMENSALISMO
Interação entre indivíduos de espécies diferentes, em que um dos envolvidos aproveita os restos alimentares do outro, sem prejudicar o outro.
Tubarão e o peixe rêmora
A rêmora é um peixe que fica associado ao tubarão - através de uma ventosa/acessório- e se alimenta dos restos de alimento que escapam da boca do animal.
Protozoário Entamoeba coli
A Entamoeba coli é um protozoário, conhecido popularmente como ameba, que vive no intestino dos seres humanos e se alimenta de restos da digestão.
RELAÇÕES DESARMÔNICAS INTERESPECÍFICAS
COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICA
Relação desarmônica entre indivíduos de espécies diferentes que vivem no mesmo local e que competem pelos mesmos recursos.
Diferentes espécies de plantas competindo por luz e nutrientes.
PREDATISMO
Relação desarmônica entre espécies diferentes em que um indivíduo (predador) persegue e mata o outro (presa) para se alimentar.
Predador e presa
PARASITISMO
Relação desarmônica entre organismos de espécies diferentes em que o
parasita se beneficia do hospedeiro, prejudicando-o levemente ou mais intensamente.
O parasitismo se divide em:
Endoparasitismo - se fixa na região interna do hospedeiro.
Ascaris lumbricoides
A lombriga (Ascaris lumbricoides) é um verme nematódeo que vive no intestino delgado e se alimenta do conteúdo que se encontra em processo de digestão. Dessa forma, afeta o seu hosdeiro ocasionado disfunções digestivas dentre outros sintomas.
Ectoparasitismo - se fixa na região externa do hospedeiro.
Carrapato
AMENSALISMO
Um dos organismos produz substâncias capazes de afetar o outro, inibindo seu desenvolvimento ou causando a morte.
Exemplos: antibióticos, que apresentam efeito bacteriostático, afetam a multiplicação de bactérias. São usados para combater infecções bacterianas, favorecendo a destruição das batérias restantes pelos leucócitos (células fagocitárias do sistema imunológico).
As fotos a seguir são do fungo Penicillium notatum, a primeira imagem mostra o fungo microscopicamente e a segunda macroscopicamente. Este fungo produz enzimas que são utilizadas na fabricação de antibióticos.
Penicillium notatum
Colônia de penicillium notatum
Outro exemplo: algas protistas Phyrrophyta- produzem substâncias tóxicas que, em concentrações elevadas, causam a morte de animais aquáticos. A água fica com um aspecto avermelhado, sendo então chamada de Maré vermelha.
Maré vermelha
Alga Pyrrophyta
Tópicos abordados
1. Introdução
2. Definição: intraespecífica e interespecífica; harmônica e desarmônica
3. Relações harmônicas intraespecíficas
3.1 - Colônias: isomorfa e heteromorfa
3.2 - Sociedade: isomorfa/irregular e heteromorfa/regular
4. Relações desarmônicas intraespecíficas
4.1 - Canibalismo
4.2 - Competição
5. Relações harmônicas interespecíficas
5.1 - Mutulismo obrigatório/simbiose
5.2 - Protocooperação
5.3 - Inquilinismo
5.4 - Comensalismo
6. Relações desarmônicas interespecíficas
6.1 - Competição
6.2 - Predatismo
6.3 - Parasitismo: endoparasistismo e ectoparasitismo
