Biosaudações!
Voltei e quero apresentar a você outro assunto de grande relevância! Sabemos que o meio ambiente e as questões econômicas são esferas que frequentemente encontram-se em atrito, gerando inúmeros debates e ideias, cujo intuito maior é a busca por uma melhor conciliação e equilíbrio entre as questões econômicas e ambientais. Uma situação que vem sendo motivo desses debates é a fragmentação de florestas, oriunda, principalmente, de ações humanas sobre a natureza, a exemplo das queimadas e dos desmatamentos. Uma situação que pode ser extremamente prejudicial para o meio ambiente e para a sua biodiversidade.
Algumas áreas de florestas são devastadas através de desastres naturais ou por ações antrópicas (pecuária, agricultura, queimadas, construção de barreiras, de estradas...) promovendo a fragmentação da floresta original/formação de fragmentos florestais e a consequente intensificação do efeito de borda.
Veja a imagem a seguir:
Fragmentos de floresta: observe as suas bordas e os espaços entre elas. |
Você deve está se perguntando: mas como a fragmentação afeta a vida dos seres vivos?
A floresta apresenta microclimas que variam ao longo da sua extensão. O clima da parte central da floresta não é o mesmo da borda! O centro, por exemplo, recebe menos raios solares que a borda, fator que influencia a temperatura, umidade e estilo de vida da flora e fauna centrais. As espécies da borda são mais suscetíveis as variações ambientais, e por isso, geralmente são representadas por espécies pioneiras, de menor porte.
Quanto menor o fragmento, maior o efeito de borda. O centro se torna menos distante da borda, afetando o microclima do fragmento e provocando efeitos nos organismos que nele habitam. É importante lembrar que antes da fragmentação, as espécies estavam adaptadas à outra realidade. Organismos que antes se localizavam em regiões mais centrais, passam a ocupar regiões próximas à bordas e muitas vezes acabam não resistindo às novas condições, sendo susbtituídos por espécies pioneiras. Ocorre uma grande perda da biodiversidade em resposta às modificações motivadas pela fragmentação.
A fauna também é bastante prejudicada, afetando seu nicho ecológico, seu fluxo pelo ambiente e sua taxa de reprodução/variabilidade genética. Se já é complicado para o animal circular dentro do fragmento, imagine entre fragmentos! Isso afeta, inclusive, os processos de polinização e dispersão de sementes por animais. Além de prejudicar as interações ecológicas e as teias alimentares, podendo levar a extinção de espécies.
Outro fator que implica na biodiversidade das bordas, é a paisagem alterada que cerca o fragmento, definida como matriz. O espaço entre os fragmentos que lhe apresentei na imagem anterior!
Se a matriz for um pasto, a diversidade na borda é menor do que seria se a matriz fosse uma área reflorestada. Estudos são desenvolvidos para avaliar o grau de fragmentação das florestas, observe um desses estudos na imagem abaixo:
Análise do grau de fragmentação de uma floresta. |
Agora, a pergunta deve ser: "e tem como consertar isso???"
SIM, os efeitos da fragmentação podem ser amenizados, algumas medidas foram/são estudadas e aplicadas. Como por exemplo:
Gestão e manejo;
Proteção dos remanescentes;
Replantio/reflorestamento de áreas degradadas;
Com o passar do tempo, e com os devidos cuidados e análises, as condições do ecossistema melhoram e sua biodiversidade é enriquecida.
Construção de corredores ecológicos;
Se trata de uma faixa de vegetação que une fragmentos de floresta ou unidades de conservação, possibilitando o fluxo da fauna entre as áreas e, consequentemente, aumento da polinização, dispersão de sementes, taxas de reprodução e de variabilidade genética.
São construídos com base em estudos sobre o deslocamento e distribuição de espécies, além de informações sobre suas necessidades vitais.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, os corredores visam diminuir os impactos das ações humanas, sendo regulamentados pela Lei 9985/2000 (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) e o Decreto 4340/2002.
O Plano de Manejo da Unidade de Conservação à qual o corredor estiver associado, determina as normas para o seu planejamento, utilização, ocupação e até mesmo a sua integração com a vida sócio econômica da comunidade que o permeia.
A seguir, alguns corredores nacionais reconhecidos:
Corredor Capivara-Confusões - Portaria 76 de 11 de março de 2005
Fonte: http://escritorflaviopaiva.blogspot.com/2011/08/incrivel-serra-das-confusoes-4-8-2011.html |
Corredor Ecológico da Caatinga - Portaria 131 de 04 de maio de 2006
Corredor Ecológico Santa Maria - Portaria 137 de 9 de outubro de 2001 (IBAMA)
Um assunto muito importante não é verdade?! Tendo em vista os diversos problemas que a fragmentação de florestas gera, é essencial sabermos sobre o que se trata e que ações estão sendo desenvolvidas para solucioná-la. O ENEM já trouxe questões sobre esse assunto, veja algumas a seguir:
ENEM 2018 - Caderno Amarelo |
A seguir, mais outra questão:
ENEM 2009 - Caderno Azul |
Está em dúvida?!
A resposta é a letra...
D!
Não é proibido abertura de rodovias em áreas rurais, desde que seja feita uma análise da área e das possibilidades de minimizar impactos futuros. Além disso, as rodovias são necessárias para o transporte de produtos e de pessoas! Logo, a alternativa D é a resposta mais coerente, pois concilia a importância das rodovias com as precauções necessárias para a sua construção, incluindo as precauções ambientais.
Tópicos abordados
1. Introdução e definição
2. Fragmentação e efeito de borda
3. Matriz
4. Prejuízos ambientais
5. Medidas de amenização: gestão/manejo, replantio, corredores ecológicos
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